Fui ver o filme [A Turma] com os meus alunos do CEF (sim, eu sei que pareço masoquista...).
Gostei muito do filme; se bem que tudo aquilo podia passar-se numa das minhas aulas. Mas foi curioso no dia seguinte conversar com os alunos acerca do que tinham visto, e do que tinham entendido. A opinião geral era de que o filme tinha sido "uma seca", porque era francês..., porque era muito parado..., e o mais curioso era que quase todos eles consideravam que o filme era acerca de um professor que não tinha mão nos alunos e deixava que eles fizessem tudo o que queriam nas aulas...
No fim ainda me disseram que preferiam ter ido ver o High School Musical...
Comentários ao post. A Turma... Consultado em 13-09-2009. No site Pedagogias e etc. Website: http://pedagogiasdemagogias.blogspot.com/2008/12/turma.html
Ao deambular na net encontrei este comentário a um post do PEDAGOGIAS E ETC sobre um filme que passou ontem na rtp2 - A Turma.
O trágico é ser impossível não concordar com a secura diagnosticada pelos alunos CEF aqui citados.
A Turma é um filme seca, não por ser francês, mas por estar enredado nos dilemas e paradoxos de um professor enrosquilhado nas «quatro paredes» de uma sala de aula mas que para um aluno CEF, ou para gente com algum mínimo de senso, apenas se trata de «falta de mão».
Confesso que já me aconteceu o mesmo em escolas complicadas: turmas semelhantes às do filme, políticas pedagógicas de escola palavrosas que, na prática, empurram para a aula os problemas do desencontro das «boas palavras e boas intenções» com a praxis caótica e gingona dos alunos; e, cereja no topo do bolo, a minha boa intenção docente a repetir os dilemas e paradoxos do professor do filme, tudo bem misturado com o síndrome da «culpa do professor» anunciado nos media.
Não menos surpreendente é espantar-me, repetidamente, uma e outra vez, quando são estes mesmos alunos CEF a resolverem de um modo simples e evidente os meus paradoxos de docente: «Falta de mão»...
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