A eficácia das novas tecnologias


Só neste ano lectivo a minha colecção de fiascos já vai em meia dúzia: os cabos, as ligações, os botões, os sons, o hardware, etc. - Texto de luís Palma de Jesus

O que é pena. Porque eu sou daqueles que ainda acredita que se poderia aprender e apreender muito com as "novas tecnologias", mesmo na sala de aula! Mas espero que uma aula menos boa não seja meio caminho para a desistência! :) - Texto do leitor Telmo

Comentários ao post Aulas com tecnologias são um fiasco
In
http://geografismos.blogspot.com/2007/02/aulas-com-tecnologias-so-um-fiasco.html


Boas palavras Telmo. Contudo é vasta a colecção dos meus desaires: uns quantos acontecem devido a motivos técnicos insignificantes mas capazes de estragarem as aulinhas; depois há ainda um outro tipo de dificuldade relacionada com o incrível desbaratar de tempo e energias para obter resultados tão pobrezinhos ao nível das «aprendizagens» dos alunos.

Criar bons conteúdos e usar «novas tecnologias» é um bom caminho para «aprender e apreender muito». Concordo e tento fazer o meu melhor. Tal como o Telmo, também eu acredito e, por isso mesmo, existe este Geografismos-blog, mas devo confessar que sou muito pouco lido pelos meus alunos.

Tenho a impressão de trabalhar as «tecnologias» em vão. Sei que a maioria dos meus alunos, talvez uns dois terços, não me lê. Apenas uma pequena minoria, muito pequena minoria, aproveita os ditos «recursos tecnológicos» que lhes ofereço. Valerá o esforço?... O que fazer? Não tenho uma boa resposta, mas por cá continuarei. É assim a vida :-)

nota:
Este post foi escrito nos intervalos das aulas, pelo que só agora, no fim da tarde, consegui corrigi-lo e completá-lo.

5 comentários:

Jazzamil disse...

Deparei-me com este blog "especial" para mim, que também ando nas "lides" da educação geográfica. Muito útil para quem acha que as tecnologias dão muito trabalho e servem de pouco para os alunos. Ainda deve ser verdade mas vamos acreditar que, em breve, este facto não se verifique. Bom trabalho.

Anónimo disse...

Não desanimes, Luís. Sei que é duro esforçarmo-nos e achar que tudo foi em vão. Mas pensa que desde que haja uma pessoa (nem que apenas uma seja!)a escutar-nos e a "beber" da nossa fonte (como dizia um Professor meu da faculdade), então tem que ser motivador e é isso que nos faz mover. É claro que os miúdos não vêem, na sua maioria, ler este ou outro qualquer blog! "Que seca", dirão eles... Mas podes crer que, num futuro mais ou menos próximo, eles lembrar-se-ão de ti como um Professor que se esforçava por tratar bem a "nossa" Geografia e se empenhava para que a aula não fosse "tão seca"! Eu, hoje em dia, faço-o e acredito que tu também te lembres de um ou outro Professor e do seu empenho. É o processo natural da educação. O mesmo se passa na relação pais/filhos. O Professor é isso mesmo, um "Pai" ou uma "Mãe" nesta má fase (adolescência) da vida destes miúdos.
(Mas olha que não sou Professor nem quero sê-lo por falta de paciência, pelo menos professor de "crianças"!)
Um abraço,
Telmo

PS: obrigado por desabafares e seres autêntico. Parabéns pelo teu desempenho. Acredita que o aproveito para ajudar a minha namorada no seu estágio, ela sim como Professora de Geografia...

Luís Palma de Jesus disse...

Caro Jorge, Caro Telmo,

Obrigado pelas vossas palavras. Mais uma vez concordo convosco.

Se o que escrevi é desanimador ou não, julgo ser uma emoção irrelevante para a nossa acção - são apenas factos, factos postos em palavras curtas e apressadas, mas factos. O Jorge e o Telmo, tal como eu, ou outros leitores interessados, continuaremos a fazer o nosso melhor. Nisto acredito piamente.

Os meus desbafos apenas são desbafos, jamais exigências de um «mundo ideal», e, muito menos desculpas para não continuar a tentar fazer melhor.

Nota:
Eu sei e o Jorge sabe o que significa a «doidice de um estágio». O Telmo, que tem a sua companheira em época de estágio curricular, sabe que tem o dever de ter uma Santa boa disposição para os dias mais enervantes.

Um abraço para todos,
luís

André disse...

Concordo com a maioria do que foi dito e encontrando-me ainda a frequentar a universidade observo por vezes dificuldades técnicas semelhantes, embora em menor número porque a maioria das salas felizmente já estão equipadas e não dependem apenas da boa vontade de um professor em "montar o estandarte". Contudo na época em que estamos existirá cada vez mais a integração das tecnologias nas aulas, logo, todos os passos em falso deverão servir para se levantar e dar dois em frente. Devo confessar que assim de memória apenas me recordo de 1 ou 2 sites de Profs (faculdade) ao nível do seu. Não só pela excelente articulação de conteúdos da disciplina e curiosidades, mas também pelo excelente exemplo para outros professores. Vou referir apenas um pormenor que me delicia nos seus posts....a forma como ao fazer a referência a algo, escreve essa referência da forma técnicamente correcta:

exemplo:
CARRAPA, Daniel. (2007). "O professor corajoso". Consultado em 06-01-2007. No site A barriga de um arquitecto. Website: http://abarrigadeumarquitecto.blogspot.com/2006/12/o-professor-corajoso.html

Se algum aluno ler isto, podem crer que é um óptimo exemplo para a vossa vida futura.
Abraço

Anónimo disse...

Como te compreendo... mais adiante que é caminho... e o mercado fica já aqui em frente, tão perto. No final há que confiar que venderemos os 'nossas hortaliças'!