a influência de Michel Foucault nas sociedades de idh elevado e muito elevado

SOCIOLOGIA 12ºB




LEITURAS BREVES PARA UMA PESQUISA EM SOCIOLOGIA: ESCOLAS, PRISÕES E A INFLUÊNCIA DE MICHEL FOUCAULT NA ATUAL PRAXIS SOCIOLÓGICA

Foi o nosso 13º Relatório de Pesquisa com o 12B (opção Sociologia).
Hoje continuaremos com leituras soft e listaremos argumentários dos prós e contra as narrativas de Michel Foucault usando como pretexto o mítico Tropa de Elite.


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Para soltar as falaturas, dou o exemplo e apresento aos alunos a minha «observação crítica»: Sobre a importância de Michel Foucault e da Obra "Vigiar e Punir" (ponto 2.1 e 2.2 do presente trabalho): Como é sabido, Karl Marx formulou a teoria da ideologia, segundo a qual as ideias circulantes numa sociedade correspondem a interesses objetivos das classes sociais. Sem dúvida, algumas ideias corresponderão a tais interesses, mas Marx explicou-nos que todas são assim, que nada escapa à divisão entre a "ideologia proletária" e "ideologia burguesa". Contudo surge um paradoxo: se as ideias e crenças de uma pessoa são determinadas pela sua posição de classe social, então, um burguês nunca poderia aderir à ideologia da classe trabalhadora, como aliás aconteceu com o próprio Karl Marx (que sempre foi um burguês e nunca trabalhou como proletário). A novidade da proposta de Michel Foucault soluciona o paradoxo marxista, pois considera a ideologia de um individuo como não determinada pela sua classe social, mas sim pelo "esquema de poder" que tal ideologia possa favorecer. Assim, para Foucault, diante de qualquer ideia ou afirmação, não nos interessa saber se ela é verdadeira ou falsa, se corresponde ou não aos factos. Só interessará saber qual o "esquema de poder" que ela defende. E só há dois esquemas de poder: o dos "Opressores" e o dos "Oprimidos" – Uma tese mais ou menos equivalente ao esquema binário de poder que Karl Marx designava por "burgueses" e "proletários". Aliás, a pretensão de julgar as ideias pela sua veracidade ou falsidade é ela mesma um "esquema de poder" a serviço dos "opressores". Verdade e falsidade não interessam. Assim, o ativista político, o militante revolucionário, deve esquecer essas noções opressoras de verdade e mentira e escolher sempre por aquilo que aumente o poder dos “oprimidos”. Curiosamente, apesar de Foucault pressupor que a verdade não existe, sempre teorizou como se a sua teoria fosse verdadeira… Os longos estudos que ele consagrou ao sistema penitenciário, à instituição dos hospícios e à história da sexualidade foram um sério esforço de provar com factos e documentos (muitos deles apenas obras literárias) a correspondência entre as ideias e os grupos de interesse que elas, no seu entender, representavam. 50 anos depois da publicação das principais obras de Foucault, as suas propostas filosóficas tornaram-se a norma na maioria das ciências sociais e, sobretudo, passaram para a praxis política. A redução das ideias a expressões de um “esquema de poder” passou a valer por si, como arma de arremesso. Se uma "Opinião" diverge daquilo que o intelectual foucaultiano deseja ouvir, ele simplesmente catalogará a pessoa que exprime tal opinião "errada" num grupo social inexistente ou alheio ao ponto em discussão (o mais comum é considerar o individuo que se exprime como racista, fascista, transfóbico, xenófobo ou etc). A veracidade ou falsidade do que livremente foi opinado é posto fora de questão, não mediante a filiação da sua ideia ao grupo social a que o opinador realmente pertence, mas mediante a associação dessa "opinião errada" a algum grupo considerado opressor ou discriminador..

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