cuspir no chão

Achei demais o projecto dos alunos de Sampaio, Sesimbra:
Cuspir No Chão.

Assim, sem mais nem menos. Cuspir no chão.
Faz-me voltar uns trinta anos atrás, a uma Lisboa ainda meio-rural com tascas de chão forrado a serradura, uma Lisboa de gargantas empedernidas pelo catarro de tabaco rasca. Cuspiam por todo o lado.

Prometo seguir com atenção a evolução deste projecto.
Curiosamente, aqui em Évora, à medida que o Inverno se aproxima ainda se ouvem as cuspidelas rascas. Tenho reparado até que a coisa tem áreas preferenciais e de maior ocorrência: no Largo das Portas de Moura, por exemplo, pára por vezes um senhor de traje negro (padre?) que inferniza tudo e todos com a sua cuspidela cavernosa... enfim, em trinta anos Portugal mudou muito e não mudou muito.


Estes alunos de Sesimbra e, muitas vezes, esta Évora Antiga atiram-me para um estado de místico Amarcord - o filme de Fellini

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